sexta-feira, 17 de junho de 2011

Meu pedaço quase que inteiro.

          Preciso recuperar os pedaços de mim que ficaram com você: uma parte de lembrança, um pouco da esperança, fragmentos de ilusão. Felicidade quase que completa nos cacos de um amor unilateral. Me confessa que jamais foi real, que tentando se enganar acabou me enganando também, que sente muito, ou nem tanto, tanto faz. Já não tem importância o tudo que nós não fomos.

         Apenas me devolva o meu livro favorito, aquela foto e o meu sorriso que você aprisionou nos seus lábios. Quero que leve embora teus cds antigos, teu cigarro, e as digitais que deixou em minha pele. Vem buscar teu cheiro no travesseiro ao cair da noite e tua presença na varanda pela manhã. E quando vier, não esquece de trazer de volta minha vontade de viver.

         Tua ausência me machuca, e está tão difícil me desfazer disso... porque você é meu pedaço quase que inteiro, o mais complexo dos meus defeitos, a parte que falta para completar a metade que sou eu... E essa dor é a sua ultima marca em mim, é o sentido que ainda me resta, mesmo que nada mais faça sentido.


(TRILHA: "EU QUE NÃO AMO VOCÊ" - ENGENHEIROS DO HAWAII)

"Eu que não fumo, queria um cigarro, eu que não amo você, envelheci dez anos ou mais nesse último mês... Eu que não bebo, pedi um conhaque, pra enfrentar o inverno que entra pela porta que você deixou aberta ao sair..."

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário